O Museu do Côa, pese embora estar localizado no alto de uma colina, tem muito menos impacto que a abandonada barragem do Côa que, 15 anos depois ainda mostra estas feridas.
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Há poucos meses atrás, alguém com uns litros de tinta em carteira, resolveu pichar em letrões garrafais, no próprio piso da estrada que conduz ao abandonado sítio da barragem, esta coisa:
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Mais acima, no desvio de uma outra estrada da margem esquerda que conduz ao mesmo abandonado sítio, operários que colocavam então o novo tapete de alcatrão da Nacional 202 garatujavam com o mesmo tipo de tinta que aparecia nas próprias marcas dos seus trabalhos, estoutra coisa:
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Inaugurado que está o novo Museu do Côa com o inevitável stresse mediático destes dias de zanguizarra, eis que surge ainda e sempre o inevitável coro de inimigos de estimação do Côa (sem esta malta nem o Museu tinha a mesma graça): que os arqueólogos insistem no erro de quererem fora de água e no seu ambiente arqueológico as ditas gravuras que parece já ninguém apreciar, que não percebem que a água é a coisa mais importante deste século, que falavam (quando éramos jovens e frescos?) em 200.000 visitantes (agora para arredondar já são 300.000) e só têm 20.000 em Foz Côa, que ninguém já hoje vai ao Côa, que o bando de paleolíticos soube enganar bem os governantes da altura (1995)... E parece que todas as outras barragens em construção de nada servem perante a grandeza da abandonada barragem do Côa sem a qual o país será um deserto a prazo! Enfim...
Claro que não se esperará desta gente um mínimo de atenção ou um olhar inteligente à Arte do Côa e ao seu Museu, uma interrogação que ficasse um pouquinho aquém da teoria da conspiração que a todos parece continuar a envolver.
E se o Museu e a anunciada Côa Parque - Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa que o governo agora anunciou e cuja falência a prazo (antes sequer de constituída!) começa já a ser anunciada em jornais, não fossem mais que o primeiro e retorcido passo para o retomar da construção da barragem do Côa? Há quem o murmure por aí, na expectativa de que a Unesco classifique Siega Verde e... desclassifique o Côa. Como o Eng. Mira Amaral que, como o outro, sabe que sim, só não sabe é quando. Isto de se ter um banco por trás dá-nos uma segurança na análise da estrutura e da conjuntura...!!!
Fotos: © AMB