É do domínio da psicologia das nações: um mal nunca vem só!
Como uma boa parte do país, também a arqueologia nacional vive um forte momento de crise: de afirmação (como se ainda o necessitasse!), de financiamento (um factor crónico, típico de país inviável em planeta globalizado) e de criação (este o mais grave, mas que decorre do resto).
Contra todas as expectativas, conseguiram editar-se em tempo útil as Actas do III Congresso de Arqueologia de Trás-os-Montes, Alto Douro e Beira Interior - Diálogos no Vale do Côa, cujas sessões públicas se realizaram entre 15 e 20 de Maio de 2006, distribuídas por vários concelhos da área do Côa (Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel). Com financiamento da Comissão de Coordenação da Região Centro e dos municípios envolvidos, a quem se agradece.
Estão distribuídas por 4 volumes que se guardam em caixa de cartão cartonado:


Mas...! Qual será o modelo de gestão do Museu do Côa e da sua interligação com o Parque Arqueológico? Foi o próprio Emílio Mesquita que ainda há dias numa entrevista alertava (e bem) para o facto de não valer a pena abrir-se o Museu, caso não estejam bem estudados e ordenados aqueles aspectos! "Para que não criemos aqui um novo elefante branco"! No que concordo em absoluto. Portanto, mãos à obra que o tempo urge!
Temos evidentemente ponderado a continuação destes Congressos em boa hora iniciados já há muitos anos a partir do voluntarismo de António Sá Coixão e mais recentemente co-organizados pelo PAVC e CNART. Praticamente sem meios, como é apanágio em horizontes lusos. E claro que se justificará reordenar estes congressos internacionalizando-os mais, mas apenas numa base de sustentabilidade, integrando-os na própria dinâmica das investigações regionais (e mesmo nacionais) usando para isso aquilo que os homens do marketing chamam a "marca Côa". E então aí a arqueologia entrará como uma das bases do tal "desenvolvimento sócio-económico".
Olhando para o estado do país e da arqueologia, direi que falta muito para lá chegarmos. E o primeiro aspecto que há que curar é o tal do domínio da psicologia. Tratemos da doença mental que a todos parece corroer, do derrotismo e laxismo que nos rodeia e partamos para outra.
Para quem se interesse pela investigação pluridisciplinar que por aqui se vai ainda fazendo, pois aí estão as Actas:
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