Ora, os sítios abertos ao público no Côa são apenas três/quatro (Canada do Inferno, Penascosa e Ribeira de Piscos e a espaços o Fariseu) e nem tudo aqui se mostra por dificuldades várias e manifesta impossibilidade física (gravuras houve que tiveram mesmo que aprender a nadar), desde logo de muitos dos visitantes.
A integração em estudo de alguns sítios rupestres numa hipotética Rota da Arte Rupestre das Beiras sempre sofreu deste percalço. Como mostrar sítios deste tipo (e em particular estações rupestres com frágeis restos pictóricos), salvaguardando eventuais vandalismos que se podem tornar irreversíveis? Há exemplos vários colhidos nas mais diversas regiões do mundo, da Escandinávia à Austrália, onde variam as soluções: da vulgar visita orientada por um guia autorizado (o ideal), à visita sem guia local mas acompanhada por material impresso ou multimedia, à criação de barreiras psicológicas ou físicas, à vedação pura e simples de grutas e abrigos... tudo tem sido ensaiado. Mas uma razão a tudo isto deve presidir e foi isso que encontrei em várias regiões da Escandinávia: apostar no civismo e na cultura dos visitantes. Quem se predisponha a visitar sítios rupestres não deve ir até lá apenas por ouvir dizer, pois, a ser assim, o mais certo é sair dali defraudado. Será isto possível num país com as características de mentalidade e (in)cultura como Portugal? Não creio. Casos como o de Malhada Sorda e outros que aqui tenho denunciado demonstram isso mesmo.
No Côa, a abertura do futuro Museu trará um afluxo de visitantes num primeiro momento e para eles se prepara a abertura de alguns dos 55 sítios rupestres aqui já inventariados. Com muitos problemas à mistura, mas espero que longe da ditadura do facilitismo e do turismo sem maneiras. É bom estar atento.
1 comentário:
Os sítios arqueológicos da minha região, não são os únicos do Brasil nem do mundo, mas a maioria estão sendo descobertos agora. Estou em Nova Palmeira-PB viabilizando a catalogação desses sítios e divulgando-os. Imagens lindas essas vistas no blog, parabenizo-lhes pelo trabalho e qualquer hora enviarei imagnes dos rupestres de Nova Palmeira e dos arredores. A serra e seus mistérios: meninos partem em escalada exumando fósseis minérios. Francisbsantos@ig.com.br
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