sábado, 31 de julho de 2010

A Inauguração





Como me senti ontem na inauguração do Museu do Côa? Pois como um dador anónimo em banco de esperma!
Ausências mais notadas:
dos arquitectos autores do projecto de arquitectura;
dos coordenadores científicos do projecto de museologia (durante a visita oficial à exposição permanente)

Fotos: Joana Baptista

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Convite

Eu sei que em Portugal já não há touros de morte desde o século XVIII, mas !raios!, porque é que cortaram os cornos ao auroque?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Para a história do Museu do Côa. A Primeira Pedra (26 Jan. 2007)

O Museu do Côa será inaugurado no próximo dia 30 de Julho!
Uma inauguração que será presidida pela Ministra da Cultura. É um enorme desafio, o culminar de um projecto e o arranque de um tempo outro. Com altos-e-baixos, ritmos diferentes, coordenações e descoordenações... a verdade é que conseguimos erguer o Museu do Côa. E implantado que está, há agora que dar-lhe vida.
É este o meu Museu?! Pois claro que este é o meu Museu. Mas não é também o meu Museu, porque a insatisfação permanente deve marcar o ritmo do que aí vem.

A partir de uma aspiração começada a ser pensada com a classificação como Património da Humanidade da grande Arte do Côa em Dezembro de 1998, passaram-se 12 anos. Tanto e tão pouco tempo. Aos mais cépticos recordo que Altamira precisou de mais de um século para ver o seu museu concretizado. E a incomparável gruta Chauvet, fechada ao público desde a sua descoberta, precisamente na mesma altura da revelação da Arte do Côa (1994), não tem ainda qualquer museu, pese embora ter sido objecto de um conjunto de estudos exemplares (que continuam).

Para a memória desta obra monumental, que honra a região e o país, aqui deixo algumas imagens do dia do lançamento da primeira pedra, em 26 de Janeiro de 2007, em cerimónia presidida pela então Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima:

Maqueta do Museu do Côa

A equipa dos dois arquitectos projectistas, Camilo Rebelo e Tiago Pimentel, apresenta a maqueta aos responsáveis governamentais

A primeira pedra, um pequeno bloco de xisto, com o símbolo do Parque Arqueológico e o nome que seria depois abreviado apenas para Museu do Côa. Um trabalho do desenhador Fernando Barbosa, do então Centro Nacional de Arte Rupestre


E aspectos diversos do sepultamento da Primeira Pedra (e como o dia estava ventoso!):






Fotos: © AMB

terça-feira, 20 de julho de 2010

Ícones da arte rupestre portuguesa

Esta é a mais icónica gravura paleolítica da arte do Vale do Côa (Chãs/Vila Nova de Foz Côa):



Esta é a mais icónica gravura neolítica da arte do Vale do Tejo (Nisa/Portalegre):




Esta é a mais icónica gravura do grupo português da arte do NW Peninsular (Bouça do Colado, Ponte da Barca, na Serra Amarela - Calcolítico/Antiga Idade do Bronze):



Três exemplos, não colhidos ao acaso e que em tempos estudei sem sufocos burocráticos, de algumas das preciosidades rupestres que se guardam em Portugal.
Mas entre a gravura "paleopolítica" do Vale do Côa (mal dos tempos), amplamente documentada e divulgada, e a mais escondida preciosidade de uma oferenda ritual neolítica de um veado morto do sítio de S.Simão, no Vale do Tejo (e por acaso fora da influência das águas da barragem do Fratel!, sendo portanto visitável) e o ainda quase desconhecido (embora publicado há 30 anos) e extraordinário painel da Bouça do Colado, uma das preciosidades arqueológicas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, quantos mundos paralelos prenhes de riqueza simbólica a convidar (ainda e sempre) à reflexão.
Reflexão que não se compadece com os extraordinários e acelerados tempos que vivemos. À beira de inaugurarmos o Museu do Côa que, pese embora as suas insuficiências, honrará os emblemáticos sítios do Vale do Côa. Onde tanto resta por fazer...
Portugal, um país rupestre!

Fotos e desenhos: © AMB