O Museu do Côa, em fase de instalação, é uma importante peça de arquitectura, com uma implantação notável no alteado ângulo da junção do Côa com o Douro. Obra de Pedro Pimentel e Camilo Rebelo, uma jovem e imaginativa dupla de arquitectos do Porto, a quem a arquitectura regional a partir de agora fica a dever esta emblemática criação.
Mas o Museu é muito mais do que a sua arquitectura e envolvente (ainda que isso seja muito, mas muito importante, como é aqui o caso) e não havendo em Portugal outra obra com esta dimensão telúrica inteiramente dedicada à nossa arte pré-histórica, bom seria que se ponderasse a sua classificação como Museu Nacional, independentemente do modelo de gestão que vier a ser adoptado. À semelhança, por exemplo, do que fez a França, com o seu Museu Nacional de Pré-história, localizado na aldeia de Les Eyzies, no coração de uma das mais significativas regiões ricas em testemunhos da pré-história antiga europeia.
Não há em Portugal (e duvido que algum dia isso possa vir a acontecer) uma região com a riqueza e a qualidade sublime da arte pré-histórica do Côa. E temos neste momento esta integradora peça de arquitectura já implantada no coração do Côa. Está longe de Lisboa e do Porto, e de Braga e de Coimbra e ainda mais do Algarve, é verdade. Mas também por isso mesmo deve pensar-se que este novo Museu merecerá essa dignidade. Ainda que pensada no tempo longo...
© Fotos: AMB (Canon G10)
1 comentário:
Estes "blocos" de arquitectura contemporânea parecem-me todos iguais... Que saudades dos clássicos!
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