quarta-feira, 8 de julho de 2009

+ Planos para o Vale do Côa!

Assisti hoje à tarde a uma curiosa sessão de endeusamento maravilhado das gravuras do Côa. Sem direito a perguntas/comentários e é pena. Prepara-se então o terreno... mas Foz Côa tem um problema, um grave problema, tem um clima chato e o verde aqui não é de esperança, é de desafio...
Sob encomenda da Associação de Municípios do Vale do Côa, a Augusto Mateus & Associados apresentou o "seu" Plano Estratégico de Promoção Turística do Vale do Côa. Onde se descobre (maravilha fatal da nossa idade) que afinal são as gravuras do Côa e as paisagens envolventes a única coisa que fará sair Vila Nova de Foz Côa e os outros 9 municípios vizinhos (bem esticados de Mogadouro ao Sabugal) do subdesenvolvimento turístico onde têm vegetado! Por culpa tão-só dos competentíssimos arqueólogos que fizeram (e bem, diz-se) o trabalho que tinham que fazer, mas que agora há que entregar a gestão turística da coisa a outros e mais credenciados profissionais de outros ramos. Está certo! Então não é que os arqueólogos parece quererem as gravuras só para eles!!?? Até os filhos tarde ou cedo dos pais se eclipsam...

Mas esta malta acredita mesmo nisto?
E eu que passei até à exaustão os últimos 12 anos em afanosas, poliglotas e gratuitas explicações in loco sobre as maravilhas da arte pré-histórica do Côa. O tempo que eu perdi nisto. Já tinha publicado mais 2 ou 3 livros sobre o caso (é o que sobra da espuma das noites) e afinal andava era por aí a contribuir para afastar os turistas. Mas afinal o que andaram a fazer os tipos do turismo? Aprenderam ao menos alguma coisa?

Eis então aqui o tão falado e desejado modelo de gestão do futuro Museu do Côa e, já agora, do seu anexo Parque Arqueológico. Gestão ou congestão do território?

Porquê esperar mais? Proponho então que se entregue, e já, o Parque e o Museu (não, não é a maravilha de que Augusto Mateus hoje falava, mas isso são outros contos) à benemérita Associação de Municípios do Vale do Côa, se abram já a público todos os sítios por onde se espalham as gravuras (as velhas e as novas que aí virão) e se encerre já este ciclo medonho de tantas desgraças arqueológico-turísticas. E se comecem desde já a contar os (também eles) endeusados e endinheirados turistas. Para que de uma vez se faça stop à desertificação demográfica de todos os concelhos desta raia do subdesenvolvimento. Culpa também dos arqueólogos, claro, que partam rápido para outras andanças... eu por mim, sempre "nómada e vagabundo", estou pronto para marchar... com muita história para contar!

E, claro, a Augusto Mateus & Associados cumpriu a encomenda, embora essa coisa de se dizer que isto é assim como que uma espécie de exclusivo...

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