segunda-feira, 22 de junho de 2009

Colóquio Internacional Património e Desenvolvimento


A quem interessar, é este o resumo da minha comunicação a este Colóquio, que decorrerá em 30 de Junho (Trancoso) e 1 de Julho (Vila Nova de Foz Côa:

A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA. Vale do Côa entre passado e presente

A invenção da descodificação do passado pré-histórico é uma conquista do século XIX, que para isso inventa uma nova ciência, a arqueologia pré-histórica. O darwinismo não permitia alternativas.

No século XX, o tempo dos excessos, o passado torna-se cada vez mais presente. Mas que passado? O dos mitos fundadores das sociedades contemporâneas que o relativismo histórico (outra conquista oitocentista) não consegue mitigar? Ou o da subversão que o homo turisticus vai impondo em pacotes de circunstância? Ou ainda o passado sistematizado pelo rigor académico, também ele outra forma de subversão dos mundos virtuais do presente? É que há agora uma pluralidade de passados à escolha.

Partindo de alguns exemplos de manipulações da história no mundo antigo e em época contemporânea, apresentam-se algumas reflexões a propósito do estudo de caso de Foz Côa, o melhor exemplo na transição do milénio das dificuldades de construção de uma memória colectiva arcaica no Portugal contemporâneo. Das gravuras paleolíticas do Vale do Côa às gravuras paleopolíticas de Foz Côa, ou as tentativas de damnatio memoriae do homo aesteticus paleoliticus.

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