Chãs d'Égua, da freguesia do Piódão, concentra no seu território uma impressionante aglomeração de rochas decoradas com gravuras picotadas, na sua generalidade com uma temática geometrizante e antropomórfica da pré-história recente, mas também de tempos históricos, como as bem curiosas da eira do Piódão.
Por solicitação da Câmara Municipal de Arganil e com o apoio imprescindível do antropólogo Paulo Ramalho, grande animador local, fizemos nesta região algumas campanhas de levantamento da arte rupestre de uma série de rochas seleccionadas, onde se destacam, por exemplo, a notável Lajeira do Freixieiro, os grandes lajedos do Xorxo com figurações humanas quase em tamanho natural e um dos painéis de Vale Côvo. Muito ficou por fazer... E aqui estaria um bom tema de tese para quem queira aprofundar o conhecimento do ordenamento rupestre de um bem delimitado território de montanha da Beira interior.
Uma síntese da arte rupestre desta região pode agora ser apreciada neste pequeno Centro de Interpretação que aproveitou (o que já vem sendo hábito) a abandonada escola secundária da aldeia serrana de Chãs d'Égua, edifício de outra forma condenado à ruína.
Este centro interpretativo é uma herança ainda de trabalhos dos tempos do Centro Nacional de Arte Rupestre (extinto em Abril de 2007 pelo PRACE), que conseguimos inaugurar, ainda que apressadamente, na Páscoa passada.
Sem comentários:
Enviar um comentário