O dia esteve quente, como é de lei em Verão no Côa. Ao terceiro dia das comemorações do 12º aniversário do PAVC, programámos uma visita de estudo à FAIA. Nove voluntários mais o escriba, excluído por razões óbvias, já que ia fotografando, da maior parte deste lote de imagens.
A Faia, já em ambiente granítico, é, como se sabe, o sítio que guarda o maior núcleo de arte rupestre pintada paleolítica e neolítica (a pintura é mesmo quase exclusiva neste sítio) de todo o ciclo rupestre do Vale do Côa. E é também o mais inacessível de todos os nossos sítios rupestres. Os painéis pintados vão surgindo aos olhos mais ou menos experimentados por entre uma paisagem com uma imponência esmagadora. No fundo do vale vão peregrinando os excursionistas, sobrevoados a espaços por um ou outro abutre da mais importante colónia destas aves em toda a região.
Escolhemos a tarde, pois o vale é tão fundo e encaixado que toda a margem esquerda do Côa - aquela por onde com maior ou menor dificuldade se caminha e onde se localizam todas as pinturas - muito cedo entra na sombra. Assim, embora o dia estivesse bem quente, consegue caminhar-se sempre ao arrepio do sol.
Saídos de Cidadelhe e após um longo percurso pelo planalto, abandonam-se as viaturas frente a uma larga curva do rio, marginando um amplo terraço enchumaçado por pesados blocos de granitos arrancados e rolados de montante. É o chamado Braço da Leviada da toponímia popular. Talvez por Levada, já que quando o rio engrossa, forma aqui dois braços separados pelo zona central do largo terraço. E aqui começa verdadeiramente a aventura e a descoberta do deslumbramento da Faia:
A caminho do Braço da Leviada
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